★★★★★Auditório dos Oceanos (Casino Lisboa). 11 de Novembro de 2012 (17h). Sala cheia.
Duas senhoras a um dia de completarem 80 anos, um lar muito especial para séniores de qualidade... Está dado o mote para Lar, Doce Lar, a grande peça da temporada teatral.
Maria Rueff e Joaquim Monchique são absolutamente geniais nas suas criações... Imprimem o ritmo requerido pela peça, e prendem o público desde o momento em que sobe o pano e em que ambos estão ainda debaixo dos lençóis. Eles são os reis... Arrancam gargalhadas avassaladoras como poucos o fazem, vestem e despem cada personagem com a mesma genica e fazem de todas elas uma receita diferente, mas sempre geniais a todos os níveis, e isso só mesmo os mestres conseguem...
Lar, Doce Lar são duas horas de bom humor e de bom teatro, algo raro nos dias que correm... Mas mais raro ainda é conseguir esgotar em todas as sessões quase 800 lugares... E haverá algo mais empolgante para um actor e para o próprio público do que uma sala esgotada a rir e a aplaudir?
Rueff e Monchique são o tipo de actores que mal entram em cena nos deixam colados à cadeira, siderados... Rueff está, como sempre, maravilhosa. A sua Lourdes, uma retornada que ainda mantém o seu sotaque e com um toque de ingenuidade que lhe confere um ar de avozinha, está genial. Além disso a actriz desdobra-se ainda em outras quatro personagens, que não convém desvendar... Só mesmo vendo!
Joaquim Monchique é talvez o melhor actor da sua geração, a par de José Raposo... Só ele conseguiria criar tão bem a sua Estela, uma vedette dos anos 60 que fez um casamento milionário e, assim como Lourdes, resolveu ir viver o Outono da sua vida num lar de luxo, que até "podia ser um hotel de 6 estrelas no Dubai", com tudo aos seus pés na companhia da sua amiga de 60 anos. Além disso interpreta outras duas personagens que são absolutamente deliciosas... Só mesmo vendo e aplaudindo, claro!
A história começa no último dia em que Estela e Lourdinhas podem dizer que têm 79 anos e no dia em que morreu uma inquilina do lar... Leonarda, a proprietária do quarto mais luxuoso, que até elevador privativo tem... A partir daí várias peripécias se desenrolam num corrida desenfreada das duas amigas para que possam ficar com o quarto... E a partir daí novas personagens vão surgindo, novas aventuras, novas situações, novas histórias... Enfim... Uma peça mais que perfeita para quem gosta mesmo de rir e em tempo de crise nada melhor que rir a bom rir!
Não deixem fugir esta oportunidade única... Lar, Doce Lar inicia hoje as suas últimas representações no Auditório dos Oceanos, no Casino Lisboa, onde ficará apenas até dia 25, depois de mais de dois meses de lotações esgotadas. Segue-se digressão e, quem sabe, um regresso à capital... Esperemos que sim...
Não percam esta que é mesmo a melhor peça da temporada na mais confortável sala de Lisboa...
Vão rir com Maria Rueff e Joaquim Monchique e no fim dêem-lhes muitos aplausos... Uma chuva de aplausos, porque eles merecem. Bem-hajam por nos proporcionarem momentos tão maravilhosos e tão mágicos como essas duas horas de Lar, Doce Lar com vocês... Para os melhores, o melhor! Bravo Rueff e Monchique, bravo! · Lar, Doce Lar > A partir de "O que importa é que sejam felizes" de Luísa Costa Gomes; enc. de António Pires; cenografia de F. Ribeiro; figurinos de Dino Alves; produção UAU; com Maria Rueff e Joaquim Monchique. Auditório dos Oceanos - Casino Lisboa; Parque das Nações, Lisboa; T.1820. Qui-Sáb. às 21h30 e Dom. às 17h. 10€ a 22€.
