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Patrícia Resende | "A paga que eu tenho é a felicidade do público"

Começou muito jovem a sua carreira de actriz e, hoje, é um dos maiores valores da nova geração. Patrícia Resende é uma das mais completas e talentosas actrizes que o público tem aplaudido, principalmente, nos espectáculos de La Féria. Foi sobre o seu, já longo, percurso e sobre a nova experiência de integrar o elenco de uma Revista à Portuguesa e da satisfação que lhe está a dar, que a actriz falou ao Teatral-Mente Falando, sempre com a simpatia que lhe é inerente.


- Patrícia, fale-nos um pouco de si.

Patrícia Resende - Olá, sou a Patrícia Resende, tenho 26 anos e estou neste momento a fazer a Grande Revista à Portuguesa, em cena no Teatro Politeama. Estreei-me em teatro com 12 anos, neste mesmo Teatro, no musical Amália, a fazer de Amália em criança, e desde então nunca mais parei... Fiz o Amália durante 5 anos e depois fiz A Canção de Lisboa. Simultaneamente fui fazendo alguma televisão. Fiz o Super Pai (TVI), a Ana e os Sete (TVI). Depois fiz a Música no Coração e depois passei para outro tipo de Teatro, fui para o São Luiz e fiz também um musical que era o Cabeças no Ar. Fiz muita coisa. Entretanto enveredei também pelo teatro mais clássico. Fiz Shakespeare, na companhia "Palco 13", que é uma companhia fantástica que trabalha essencialmente em Cascais, e este ano surgiu o convite de regressar ao Teatro Politeama para fazer a Grande Revista à Portuguesa, e aqui estou, com todo o prazer!


- O seu percurso em Teatro já é bastante longo, apesar de ser muito jovem. Qual é o seu género de Teatro preferido?


- Não há maneira de comparar. Eu nunca tinha feito revista e estava até com um certo receio porque, aparentemente, não era uma coisa eu gostasse. Vi uma única revista na vida e, sou franca, não gostei muito, não me agarrou. Também, eu era muito miúda, tinha 12 ou 13 anos e ainda por cima fui a uma estreia, e nas estreias as revistas são enormes... Lembro-me de ser três da manhã e estarmos no intervalo do 1º Acto. E então nunca mais voltei. As únicas revistas que eu gostava, efectivamente, era quando dava na televisão - algumas estão gravadas para a TVI - e as únicas que me agarravam eram as da Marina. De resto nada me agradava muito, por isso estava com um bocado receio. Para mim é um prazer enorme, mas enorme, ninguém calcula, a satisfação que é para mim fazer esta revista, porque eu faço uma chefe de quadro (figura essencial na Revista à Portuguesa) e tenho um contacto muito directo com o público, ou seja, não há quarta parede, então fala-se de uma forma muito franca com o público, aqui estamos a falar directamente para eles. Para mim é maravilhoso, porque o feedback é óptimo, é muito directo e adoro. Por outro lado, noutro tipo de Teatro, se calhar na maior parte das vezes há uma composição maior, é diferente, porque estamos mais defendidos pelas personagens, há a tal quarta parede. É diferente, mas nunca pensei gostar tanto de fazer revista, como estou a gostar.

- Então está a ser uma boa experiência?

- Óptima, fantástica! Estou, francamente, a adorar! Surpreendi-me a mim mesma. Não esperava, francamente, gostar tanto. No fundo, a paga que eu tenho é a felicidade do público. Chegar ao final e ver a felicidade na cara das pessoas, a alegria, independentemente se é complexo, se não é complexo, do interior da peça, seja lá aquilo que for e a que algumas pessoas gostam de ligar, é a felicidade e é para isso que eu estou a trabalhar é para eles ficarem felizes e se, de facto, eu chego ao fim e elas estão ali, de pé, a aplaudir, não há mais nada a questionar.

- Então, o feedback do público tem sido muito bom...

- Muito, muito, muito, muito bom. Toda a gente que vem ver a revista está a adorar. Tudo... O guarda-roupa, os actores, os cenários. O feedback é óptimo.

Oiça a entrevista no nosso canal do Youtube, em www.youtube.com/teatralmentefalando.

Entrevista por Flávia Ramalho e fotografias de Sérgio Cabral.