Teatro Tivoli BBVA. 15 de Fevereiro de 2015 (16h30). Sala cheia.
Quem se senta numa plateia para assistir a As Obras Completas de William Shaspeare em 97 Minutos, menos de duas horas depois, sai da sala com uma generosa barrigada de riso, com as mãos aquecidas pelas ovações e com uma justificação evidente para os mais de 15 anos de carreira desta brilhante encenação do genial texto de Adam Long, Daniel Singer e Jess Borgeson, que Célia Mendes traduziu extraordinariamente para a língua de Camões - que durante a representação iremos descobrir que é o Shakespeare português, só que sem um olho (ou vice-versa).
Trata-se, pois, de um espectáculo hilariante, desopilante e genial! Condensar todas as obras de Shakespeare em 97 minutos - "mais coisa menos coisa" - é tarefa nada fácil... E arrancar gargalhadas constantes à plateia, com esse "resumo" seria ainda mais complicado. Mas entre o complicado e o impossível existe um pronunciado fosso, que os autores, actores e encenador ultrapassaram, com distinção! E a prova está nesta brilhante comédia onde, em ritmo desenfreado, somos levados numa montanha-russa de risos, sorrisos e aplausos.



O modesto cenário e os figurinos - elementos indispensáveis à acção - , da autoria de Luciano Cavaco, são eficazes e, diga-se em abono da verdade, os segundos contribuem também para esse vendaval de gargalhadas que é a peça, pois torna-se impossível não rir ao ver qualquer um dos actores travestir-se "alarvemente" para se transformar, por exemplo, em Julieta.
Em suma, As Obras Completas de William Shakespeare em 97 Minutos é uma peça capaz de mandar para segundo plano qualquer depressão, oferecendo-nos de bandeja cerca de uma hora e quarenta e cinco minutos de riso total e feliz e um punhado generoso de muito boa disposição, servindo, cumulativamente, o Teatro, sem se servir dele. Esperemos agora que uma nova temporada da peça se abeire, para protelar aquele que é já um dos maiores êxitos de que há memória na história dos nossos palcos e para continuar a pôr um país cinzento e sisudo à gargalhada. · As Obras Completas de William Shakespeare em 97 Minutos > De Adam Long, Daniel Singer e Jess Borgeson; enc. de Juvenal Garcês; figurinos e cenário de Luciano Cavaco; tradução de Célia Mendes; produção UAU; com André Nunes, Telmo Ramalho e Tiago Aldeia. Sem espectáculos agendados para breve.
Em suma, As Obras Completas de William Shakespeare em 97 Minutos é uma peça capaz de mandar para segundo plano qualquer depressão, oferecendo-nos de bandeja cerca de uma hora e quarenta e cinco minutos de riso total e feliz e um punhado generoso de muito boa disposição, servindo, cumulativamente, o Teatro, sem se servir dele. Esperemos agora que uma nova temporada da peça se abeire, para protelar aquele que é já um dos maiores êxitos de que há memória na história dos nossos palcos e para continuar a pôr um país cinzento e sisudo à gargalhada. · As Obras Completas de William Shakespeare em 97 Minutos > De Adam Long, Daniel Singer e Jess Borgeson; enc. de Juvenal Garcês; figurinos e cenário de Luciano Cavaco; tradução de Célia Mendes; produção UAU; com André Nunes, Telmo Ramalho e Tiago Aldeia. Sem espectáculos agendados para breve.